quinta-feira, 12 de abril de 2012

Planeta Off Road - Me Quebrei!

Para alguns, trauma é  pegar o vizinho manobrando seu jipe! Pra outros, é um amassado na lataria ou um grande vazamento de óleo! Mas e se a lataria for seu corpo e o vazamento não for bem de “óleo”?

Me Quebrei - Parte 1

Por definição o TRAUMA é um conjunto de perturbações mecânicas que são causadas por um agente externo associado a força mecânica. Trocando em miúdos, é tudo aquilo que pode causar arranhados ou amassados na sua “lataria”.
A maioria sabe que arranhões e pequenos amassados são comuns e até fazem parte as pratica off road. Entretanto, existem amassados e quebras que não tem como arrumar no meio do mato, e ai, só guinchando pra fora da trilha.
Se você se machuca com mais gravidade, não é diferente. Não há muito o que fazer pra corrigir o problema no meio do mato, e, dependendo da gravidade da lesão, o atendimento especializado tem que ser dado o mais rápido possível!
Não há como ensinar técnicas de salvamento através desses parágrafos. Mesmo assim, nessa nova serie de artigos, tentarei mostrar um pouco do que fazer em caso de lesões traumáticas na pratica out door!
Traumas graves que requerem mais atenção não acontecem com um simples tropeço! Então, um agende desencadeante como um tombo mais feio, uma chicotada de cinta, uma capotada, um atropelamento, uma queimadura, um corte, os afogamentos ou uma prensada em alguma ferramenta ou equipamento tem que ter acontecido previamente, e a partir dai começa o socorro.
O primeiro passo é identificar a lesão e a mecânica dela. Assim como a força que causou o acidente e a capacidade desta de provocar danos em uma ou mais áreas do corpo.
Nesta edição, vamos aprender um pouco sobre Fraturas e luxações!

Como identificar e o que fazer:
Normalmente se identifica por uma descontinuidade da anatomia normal. Isso significa que ao olhar, você iria ver uma perna com “curvas meio estranhas”. Mas essa é a parte fácil. Lesões mais simples costumam ser mais comuns e mais difíceis de identificar por pessoas não treinadas. Independente disso, o tratamento imediato será o mesmo e é ele que nos interessa no momento.
Independente de fratura (o osso quebra e provoca dor e descontinuidade, podendo até mesmo rasgar a pele e ficar exposto) ou luxação (a articulação “sai do lugar” e provoca muita dor, podendo até lesar vasos e nervos causando danos sérios aos sistemas cardíaco e vascular, além de sequelas neurológicas). A orientação é sempre a mesma:
Se você não sabe o que fazer e nunca teve um treinamento de primeiros socorros, imobilize na mesma posição que está e leve a vitima para o hospital o mais rápido possível e causando o menor dano possível.
Se você ou alguém de seu grupo já recebeu algum tipo de treinamento, a vitima pode ser melhor assistida com uma mobilização simples, que levará o membro (perna ou braço) para a posição anatômica (de continuidade normal) que aliviará a dor, diminuirá os riscos de maiores danos e facilitará o transporte.
Durante essa mobilização é importante evitar o contato das extremidades das fraturas, evitando assim, maiores danos ao tecido em volta dela. Assim sendo, um movimento de tração no mesmo sentido do membro (afastando os fragmentos) e do alinhamento da fratura é importante. Esse movimento deve ser lento e suave, e usar as articulações antes de depois da fratura como pontos de apoio.



A imobilização deve ser feita usando talas especifica, mas, na falta delas pode se usar o membro contra lateral (amarrando as duas pernas juntas, por exemplo) ou, usar jornais, revistas galhos, tapetes de borracha, ou qualquer outro objeto que se tenha em mãos.




Cuidados a tomar:

-     Precaver-se nos cuidados com a segurança de quem vai prestar o socorro. Lembre-se que ao causar mais vitimas você estará piorando a situação ao invés de ajudar. Por isso, se o carro estiver capotado, ou alguém tiver rolado um barranco ou caído de alguma altura, analise os riscos antes de se aventurar no resgate.

-      Uma fratura de um osso longo como um braço ou perna, normalmente é causado por um trauma de grande energia e, se isso ocorrer, mais lesões que provocam risco iminente a vida da vitima podem estar presentes. Nesses casos (um capotamento mais serio ou uma queda de grande altura, por exemplo) não basta simplesmente alinhar uma fratura. Uma avaliação mais completa pode ser necessária é ai que entra o protocolo de atendimento a vitimas de trauma, também conhecido por “ABCDE”.

-   Falaremos mais explicadamente sobre os protocolos de segurança e resgate nas próximas edições. Por hora, em uma forma bem resumida e simplificada: A - Verificar vias aéreas; B – Verificar se a vitima respira; C – Verificar se o coração bate e se não há nenhuma grande hemorragia; D – Verificar o estado de consciência da vitima; E- Procurar por fraturas e demais lesões.

-     Luxações não devem ser reduzidas (colocadas no lugar) por pessoas sem treinamento adequado (imobilize do jeito que estpa e vá para o hospital!)

-      Fraturas são lesões que sangram e causam edemas e hemorragias internas. Por isso é importante mante-las o mais imóveis possível durante o transporte.

-     É importante prestar atenção para objetos e roupas que possam causar garroteamento (lembre-se, se quebrou, muito provavelmente vai inchar) e tentar tirar anéis, pulseiras, sapatos apertados (no caso de botas, o solado pode ajudar a manter o pé e o tornozelo estáveis, mas é importante soltar o cadarço para evitar que ela aperte).

-     Elevar o membro pode ajudar a evitar o edema e o sangramento. Gelo, quando houver, ajuda bastante também.

-      Se a fratura estiver exposta, cubra com um pano limpo e corra para o hospital.

-      Se o acidente foi serio e precisa de recursos de fora, busque ajuda (peça a alguém que chame socorro) e mantenha sempre a calma e o espirito de liderança, dando aos que estão em volta tarefas que o ajude a salvar a vitima.

-    Em caso de socorro por corpo de bombeiros, ambulância ou helicóptero, marque um ponto de encontro onde esses veículos conseguem ter acesso, e, enquanto o deslocamento deles é feito, transporte a vitima com cuidado até lá.

O que NUNCA fazer!
-  Nunca deixe a vitima sozinha, ou deixe de socorre-la.

- Não tente ser herói! Se houve um acidente mais serio, avalie bem os riscos e trace estratégias para ajudar sem causar mais danos às vitimas e a você.

- Jamais perca o controle ou entre em desespero. Nem sempre é possível ajudar uma vitima de acidente grave. Devemos ter em mente que o possível pode não ser o suficiente em determinadas situações.

- Nunca negligencie a prevenção. Ela será sempre o seu ponto de partida para nunca ter que usar nenhum treinamento em socorro e resgate!

Se você não faz idéia de como agir em caso de acidente, procure um curso de primeiros socorros! Nós do PSOR estamos sempre prontos para marcar um treinamento em sua cidade com seu grupo!

Evitar acidentes é dever de todos, mas como nem sempre é possível, caso aconteça com você ou seus amigos, é sempre bom estar preparado e saber o que fazer.
Lembre-se sempre: Segurança em primeiro lugar !!


Dr. Felipe Marx (Ft./Sc.) – Safety Management
Coordenador da Equipe de Segurança PSOR / FDA / UNRoC



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